No final dos anos 50 do século XX eu era um jovem jornalista do "Diário de Minas" de Bello Horizonte e à noite é que terminava de redigir minha matéria para o Gonçalves, editor chefe, fazer sua revisão. Lá pelas 21 horas costumava vir à redação o pintor Guignard que conhecia de "vista". Nunca conversei com ele, mas sabia de sua fama e de se pretígio na famosa Escola do Parque. Já estava idoso e alquebrado pela bebida. Suas pinturas eram disputadas pela alta sociedade belorizontina e muitos exploravam a sua bonomia e sua bondade. A pintura que mostro hoje é um quadro de 1939 de uma Festa de São João numa Ouro Preto fantástica. Como mineiro eu vivi muitas dessas festas que eram uma tradição das Minas Gerais. O pintor mostrou bem a noite de São João onde os foguetes e as girandolas iluminavam a noite e concorriam com as estrelas no céu. Os balões constituiam um espetáculo à parte e os festeiros concoriam com seus balões para mostrar qual que subia mais alto e mais tempo navegavam entre as nuvens antes de se queimarem. Na minha memória de velho ainda ouço as cantigas dos meninos que alegravam a noite com o " Cai, cai, balão, na noite de São João. "