Ir à farmácia, a partir de sábado, deverá pesar mais no bolso do consumidor brasileiro. Isso porque a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão do governo, autorizou o aumento nos preços dos medicamentos em todo o País, a partir do dia 30. O anúncio foi publicado no Diário Oficial da União, no dia 12.
O reajuste deve ser calculado com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) levantado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre março de 2011 e fevereiro deste ano - que ficou em 6,31%. Mesmo assim, o percentual de aumento ainda não foi definido. A expectativa é que a CMED edite resolução específica definindo o preço máximo ao consumidor dos medicamentos nos próximos dias.
Para o diretor da PBMA (Associação Brasileira das Empresas Operadora de Programa de Benefício em Medicamentos), Rodrigo Bacellar, apesar de ser justo as empresas de medicamentos reajustarem seus produtos, a medida pode dificultar ainda mais o acesso ao remédio por parte da população. "Entendemos que é a lei do mercado. No entanto, precisamos de alguma saída que melhore as condições de quem precisa e não consegueseguir um tratamento, por não ter recursos suficientes para isso", afirma.
Pensando em baratear o custo dos remédios, Bacellar sugere o fim da cobrança do PIS, Cofins e o ICMS, por exemplo. "Recentemente foi divulgada simulação em que os remédios ficariam 11% mais baratos, se o governo cortasse o PIS e a Cofins. Em alguns casos, a diferença chegaria a 27% se houvesse isenção também do ICMS", diz. "Com a queda de investimentos públicos nessa área, é imprescindível que outras medidas sejam adotadas pelo governo, mas com urgência", conclui o especialista no setor.