EU DEVIA ESTAR NO SEGUNDO ANO PRIMÁRIO NO GRUPO ESCOLAR RAUL SOARES. ERA ALUNO DA PROFA. MARIA NETO. DURANTE A AULA CADA ALUNO IA NA FRENTE E MOSTRAVA COMO ESTAVA NA LEITURA. CHEGOU A MINHA VEZ E COUBE-ME LER ESTA POESIA DE OLAVO BILAC. NUNCA ME ESQUECI DA BELEZA E DO CENÁRIO QUE O POETA CRIARA , MAS QUE EU RECONHECIA NA MINHA CIDADE. HOJE, COM MAIS DE 70 ANOS, ESTA POESIA VOLTA Á MINHA MEMÓRIA E ME DÁ MOMENTOS DE BELEZA E FELICIDADE. VEJO O MENINO QUE FUI COM A MINHA CALÇA E OS SUSPENSÓRIOS, A MERENDEIRA COM PÃO E GOIABADA E A SAUDADE DE UMA CENA QUE SE PROJETOU NA ETERNIDADE.
Meio-dia |
Poema publicado em Poesias Infantis |
Meio-dia. Sol a pino.
Corre de manso o regato.
Na igreja repica o sino;
Cheiram as ervas do mato.
Na árvore canta a cigarra;
Há recreio nas escolas:
Tira-se, numa algazarra,
A merenda das sacolas.
O lavrador pousa a enxada
No chão, descansa um momento,
E enxuga a fronte suada,
Contemplando o firmamento.
Nas casas ferve a panela
Sobre o fogão, nas cozinhas;
A mulher chega à janela,
Atira milho às galinhas.
Meio-dia! O sol escalda,
E brilha, em toda a pureza,
Nos campos cor de esmeralda,
E no céu cor de turquesa...
E a voz do sino, ecoando
Longe, de atalho em atalho,
Vai pelos campos, cantando
A Vida, a Luz, o Trabalho.