EVANGELHO QUOTIDIANO
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Quinta-feira, dia 30 de Maio de 2013
Quinta feira da 8ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : Santa Joana d'Arc, virgem, mártir, (+ Rouen, França, 1431), Beata Matilde do Sagrado Coração Tellez Robles, religiosa, fundadora, +1902
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Guilherme de Saint-Thierry : «Que queres que te faça?»
Livro de Eclesiástico 42,15-26.
Relembrarei, agora, as obras do Senhor e anunciarei o que vi. Pelas palavras do Senhor foram realizadas as suas obras e segundo a sua vontade realizou-se o seu decreto.
O Sol que brilha contempla todas as coisas; a obra do Senhor está cheia da sua glória.
Os santos do Senhor não têm capacidade para contar todas as suas maravilhas, que o Senhor omnipotente solidamente estabeleceu, a fim de que subsistam na sua glória.
Ele sonda o abismo e o coração humano, e penetra os seus pensamentos mais subtis. Realmente, o Senhor conhece toda a ciência e contempla os sinais dos tempos futuros.
Anuncia o passado e o futuro e descobre os vestígios das coisas ocultas.
Nenhum pensamento lhe escapa, não se esconde dele uma só palavra.
Dispôs em ordem os grandes feitos da sua sabedoria. Ele que existe antes de todos os séculos e para sempre. Nada se lhe pode acrescentar nem diminuir, nem necessita do conselho de ninguém.
Quão amáveis são todas as suas obras! E todavia não podemos ver delas mais que uma centelha.
Estas obras vivem e subsistem para sempre e, em tudo o que é preciso, todas lhe obedecem.
Todas as coisas vão aos pares, uma corresponde à outra, e Ele nada fez incompleto.
Uma contribui para o bem da outra, e quem se saciará de contemplar a sua glória?
Evangelho segundo S. Marcos 10,46.46b.47-51.51a.51b.52.
Naquele tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó com os seus doiscípulos e uma grande multidão, um mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho.
Chegaram a Jericó. Quando ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma grande multidão, um mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho.
E ouvindo dizer que se tratava de Jesus de Nazaré, começou a gritar e a dizer: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!»
Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Jesus parou e disse: «Chamai-o.» Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Coragem, levanta-te que Ele chama-te.»
E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus.
Jesus perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» «Mestre, que eu veja!» respondeu o cego.
Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou!» E logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
A Contemplação de Deus, 1-2
«Que queres que te faça?»«Vinde! Subamos à montanha do Senhor, subamos à casa do Deus de Jacob, e Ele nos ensinará os seus caminhos» (Is 2,3). Vós, intenções, desejos intensos, vontade e pensamentos, afectos e energias do coração, vinde, escalemos a montanha, alcancemos o lugar onde o Senhor vê e Se dá a ver. Mas vós, preocupações e inquietações, trabalhos e servidões, esperai-nos aqui [...], até que, apressando-nos a chegar a este lugar, regressemos para junto de vós após termos adorado (cf Gn 22,5). Porque teremos de regressar, e bem depressa.
Senhor, Deus da minha força, faz que nos voltemos para Ti, «mostra-nos o teu rosto e seremos salvos» (Sl 79,20). Mas, Senhor, como é prematuro, audaz, presunçoso, contrário à regra dada pela palavra da tua verdade e sabedoria, pretender ver a Deus de coração impuro! Ó bondade soberana, bem supremo, vida dos corações, luz dos nossos olhos interiores, na tua bondade, Senhor, tem piedade.
Ei-la, a minha purificação, a minha confiança e justiça: a contemplação da tua bondade, meu bom Senhor! Tu, meu Deus, dizes à minha alma, como só Tu sabes fazer: «Eu sou a tua salvação» (Sl 34,3). Rabbouni, mestre soberano e professor, Tu, que és o único doutor capaz de me fazer ver o que eu desejo ver, diz a este teu mendigo cego: «Que queres que te faça?» E sabes bem, Tu, que me dás essa graça [...], com quanta força o meu coração Te grita: «Procurei-Te, Senhor; os meus olhos Te procuram; é a tua face que eu procuro» (Sl 26,8).