1853 – OURO PRETO -Morre Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, a Marília de Dirceu, ‘’heroína brasileira do amor platônico’’, cantada por Tomás Antônio Gonzaga, inconfidente mineiro desterrado para Moçambique. Dorotéia, ainda que formosa, ficou solteira a vida toda. A obra de Gonzaga é muito bela e toda ela inspirada por Marília. Para ilustrar a beleza de suas Liras leia a que vai a seguir :
Lira XXX
Junto a uma clara fonte
A mãe de Amor s assentou,
Encostou na mão o rosto,
No leve sono pegou.
Cupido, que a viu de longe,
Contente ao lugar correu;
Cuidando que era Marília
Na face um beijo lhe deu.
Acorda Vênus irada:
Amor a conhece; e então
Da ousadia, que teve,
Assim lhe pede o perdão:
"Foi fácil, ó Mãe formosa,
"Foi fácil o engano meu;
"Que o semblante de Marília
"É todo o semblante teu."
guir.