Quinta-feira, dia 27 de Dezembro de 2012
S. JOÃO, apóstolo e evangelista (Festa)
Santo do dia : São João, Apóstolo e Evangelista
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Rupert de Deutz : O discípulo que teve «o conhecimento do mistério de Deus: Cristo, em Quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Col 2,2-3)
1ª Carta de S. João 1,1-4.
Caríssimos: O que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida,
– de facto, a Vida manifestou-se; nós vimo-la, dela damos testemunho e anunciamo-vos a Vida eterna que estava junto do Pai e que se manifestou a nós –
o que nós vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também vós estejais em comunhão connosco. E nós estamos em comunhão com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
Escrevemo-vos isto para que a nossa alegria seja completa.
Evangelho segundo S. João 20,2-8.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo
.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão,
ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição.
Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer,
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge beneditino
As obras do Espírito Santo, IV, 10; SC 165
De acordo com graça que fez com que Jesus o amasse e o fez inclinar-se sobre o Seu peito na Última Ceia (cf Jo 13,23), João recebeu com abundância os dons do entendimento e da sabedoria (Is 11,2) – o entendimento para compreender as Escrituras, e a sabedoria para escrever os seus próprios livros com arte admirável. Para dizer a verdade, não recebeu este dom no momento em descansou sobre o peito do Senhor, apesar de ter tocado o coração «em que estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Col 2,3). Quando João diz que, ao entrar no túmulo, «viu e acreditou», reconhece que «ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos» (Jo 20,9). Como os outros apóstolos, João recebeu plenamente a sua medida quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos [no Pentecostes], quando a graça foi dada a cada um «segundo a medida do dom de Cristo» (Ef 4,7). [...]
O Senhor Jesus amou este discípulo mais do que os outros [...] e abriu-lhe os segredos do céu [...] para fazer dele o escrivão do mistério profundo sobre o qual o homem não é capaz de falar só por si mesmo: o mistério do Verbo, da Palavra de Deus, do Verbo que Se fez carne. É o fruto desse amor. Mas, mesmo amando-o, não foi a ele que Jesus disse: «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja» (Mt 16,18). [...] Embora amasse todos os Seus discípulos, e especialmente Pedro, com um amor espiritual e da alma, Nosso Senhor amou João com um amor do coração. [...] Na ordem do apostolado, Simão Pedro recebeu o primeiro lugar e as «chaves do reino dos céus» (Mt 16,19); João, recebeu outro legado: o Espírito de entendimento, «uma alegria e uma coroa de júbilo» (Sir 15,6).