O Observatório Europeu do Sul (ESO, em inglês), anunciou nesta quarta-feira (24), a criação um catálogo com mais de 84 milhões de estrelas do centro da Via Láctea, obtido através do telescópio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy).

 

A imagem é a maior já produzida no mundo astronômico, possuindo dez vezes mais estrelas do que estudos anteriores. Sua produção se deu em forma de mosaico, com a junção de milhares de imagens obtidas pelo telescópio, que ao final, resultou em uma gigante imagem de nove gigapixels, o equivalente a uma folha de nove metros de comprimento por sete metros de largura.

 

Grande parte das galáxias espirais, como a Via Láctea, possuem uma grande concentração de estrelas antigas em seu centro, e que segundo os astrônomos, compreender a formação e evolução desse centro galáctico é essencial para entender como funciona a galáxia como um todo.

 

O telescópio é o maior de rastreio infravermelho do mundo, e se localiza no Observatório do Paranal, no Chile. No entanto, os astrônomos encontram dificuldades para conseguir observações detalhadas da região. "Observar o centro da Via Láctea é muito difícil porque ele se encontra obscurecido por poeira," explica Dante Minniti, pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Chile, e um dos autores do estudo. "Para espreitar o coração da galáxia, temos que observar no infravermelho, radiação que é menos afetada pela poeira".

 

O pesquisador líder do estudo, Roberto Saito, acredita que a gigantesca imagem servirá para compreender melhor não só as características da Via Láctea, mas também de outras do tipo espiral.