Um sistema baseado na inteligência artificial que prevê, mediante certas condições, a localização de uma pessoa com a antecedência de vários anos, foi criado por Adam Sadilek, investigador do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Rochester (Nova Iorque).
O funcionamento deste sistema - chamado "Far Out" - deve-se, em parte, à crescente utilização de sistemas GPS nos telemóveis (smartphones). Com efeito, quase 50% da população americana, por exemplo, transporta um equipamento portátil com um sistema de GPS durante as suas deslocações, segundo um estudo do Pew Research Center (EUA).
O "Far Out" poderá ser usado para mapear fenómenos do futuro tão diversos como o congestionamento do trânsito numa cidade, a progressão de uma epidemia ou a procura de electricidade.
Localizar com elevada precisão
Sadilek e a sua equipa analisaram os dados de 703 pessoas (que transportavam sistemas de GPS) relativos a uma grande variedade de períodos de tempo. E recolheram 32 mil amostras diárias da localização dessas pessoas.
A partir daqui conseguiram demonstrar que o modelo de previsão utilizado "prevê a localização de uma grande variedade de pessoas com elevada precisão, mesmo a anos de distância no futuro".
"Vemos a previsão a longo prazo como um processo que identifica motivos e regularidades fortes nos dados históricos das pessoas, que modela a sua evolução através do tempo e que estima as localizações futuras através da projeção dos padrões de comportamento dessas pessoas no futuro", afirmou o cientista checo à publicação online "Futurist Update", da World Future Society (EUA), uma organização com 25 mil membros em mais de 80 países.
Num artigo assinado por Adam Sadilek e John Krumm, da Microsoft Research, que vai ser apresentado na 26ª Conferência sobre Inteligência Artificial organizada pela Associação para o Avanço da Inteligência Artificial, que decorrerá de 22 a 26 de julho em Toronto (Canadá), os dois cientistas recordam que "já foi feito muito trabalho de investigação para prever onde poderá estar cada um de nós no futuro imediato, isto é, na próxima hora".
Há de facto muitos modelos de mobilidade a curto prazo, tanto descritivos como preditivos, seja a nível de uma pessoa ou de grupos de pessoas. "Mas há uma lacuna na modelação e previsão da mobilidade a longo prazo, e mesmo os modelos focados no longo prazo consideram apenas previsões para as próximas horas".
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